Atormenta-me este tempo de espera
Sozinho comigo mesmo
Ouço o silêncio
Que nem silêncio é.
Ouve-se sempre um ruído
E na tristeza, perdido,
Desejava ter mais fé.
Sinto-me extremamente crente
No destino... Na sorte...
Vivo porque viver isso implica,
Só estou certo da morte.
É como se cordas tivesse
E me manipulassem, fizessem mexer.
Não que as sinta presas em mim,
Mas assim deve de ser.
O que somos nós,
Se não escravos do incerto?
Falta... Falta que o tempo passe,
Como água falta no deserto.
Afonso Alves